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27/09/2024

Acessibilidade é tema de encontro na Cedae

 

 

 

Foto: Luis Alvarenga

 

As dificuldades e demandas das pessoas com deficiência (PCDs) foram tema do encontro "Acessibilidade em ação: superação e inclusão das pessoas com deficiência", que aconteceu nesta quinta-feira (26/9), no Manancial. Organizado pela Comissão Permanente de Diversidade e Gênero (CPDG) e pela Assessoria de Gestão de Pessoas, o bate-papo mediado pelo presidente da CPDG, Luiz Octávio Mendonça, reuniu a engenheira do departamento de Meio Ambiente da Diretoria de Saneamento e Grande Operação (DSG), Cleo Mattos; a assistente social da Gerência de Saúde e Segurança do Trabalho da Cedae, Melina Macieira; e o atleta PCD Guilherme Borrajo.

Durante o encontro, Cleo e Guilherme falaram sobre os problemas de acessibilidade que enfrentaram e contaram suas histórias de readaptação, seguindo caminhos diferentes: ela pelo trabalho, ele pelo esporte. Ex-atleta de taekwondo, ex-atleta paralímpico de vôlei PCD e atualmente atleta de canoa polinésia (com um campeonato mundial e 8 brasileiros), Guilherme contou que precisou amputar uma perna após acidente com ônibus na saída de um jogo no Maracanã, em 2001. Quando a vida ativa parecia ter chegado ao fim, o apoio de outros atletas PCDs - que passaram a visitá-lo no hospital - deu a ele um novo propósito, levando-o de volta ao esporte.

- É muito legal você entrar em uma competição paralímpica e ver crianças com deficiência olhando para você como um herói. Elas olham para você e pensam: quero ser igual a esse cara, ou essa mulher. É muito legal servir de exemplo, de inspiração. O esporte é importante porque vi pessoas que estavam totalmente limitadas começaram a praticar esporte e se desenvolverem melhor e, independentemente de serem campeões ou não, aquilo ajuda no seu dia a dia - afirmou. 

A paixão de Guilherme pela canoa polinésia o levou a criar o clube Moai Va'a, na Praia do Flamengo, onde treina quase 100 alunos. Destes, 8 são PCDs, que praticam o esporte sem custos.

Engenheira da Cedae desde 2011, Cleo teve seu plexo braquial (conjunto de nervos que liga o cérebro e a medula espinhal aos membros superiores) lesionado por erro médico durante cirurgia em 2020. Com isto, perdeu mobilidade e sensibilidade nos braços e mãos. Ela ficou afastada por quatro anos e, neste período, fez fisioterapia até recuperar a autonomia e voltar ao seu ambiente de trabalho, que passou por adaptações para recebê-la, como novas cadeiras, mousepad e softwares para conversão de voz em texto, entre outras.

- Saí da minha casa, que estava adaptada, para outro ambiente que eu não sabia se estava adaptado ou não. Fiquei preocupada, pensando se iria me sentir bem, se seria acolhida. Quando cheguei aqui e fui recepcionada pela equipe de Assistência Social, pela equipe de Medicina do Trabalho, pela minha chefia, pela equipe de Manutenção Predial, pela Comissão de Diversidade, todos perguntando se estava tudo bem, se precisava de alguma coisa, isso me fez sentir acolhida - disse.

Companhia mais inclusiva

Melina lembrou que todo o processo de recuperação de Cleo foi acompanhado pelo Serviço Social, que, após laudo médico confirmando que ela poderia voltar à função original, entrou em contato com todos os setores responsáveis pelas adaptações necessárias para o seu retorno ao trabalho. O caso de Cleo, lembrou Melina, não é único: a Companhia vem passando por mudanças para tornar-se cada vez mais inclusiva.

- A gente está se tornando uma Companhia mais diversa, mais inclusiva. No ano passado tivemos obras de acessibilidade, com a colocação de pisos táteis para deficientes visuais; pisos antiderrapantes para quem tem mobilidade reduzida; sinalização dos elevadores com numeração dos andares em braile; obras de acessibilidade nos banheiros para inclusão de pessoas com nanismo; obras nos banheiros para PCDs e a iniciativa da criação da CPDG, para pensar ideias e ações que a gente possa colocar em prática na Companhia - disse. 

Ela lembrou também ações como a contratação de jovens aprendizes com deficiência, em parceria com o Rio Solidário; a realização de eventos e debates voltados para parentes e PCDs; e programas como o Auxílio a Dependentes com Deficiência, viabilizado pelo Serviço  Social. No fim do evento, Guilherme foi presenteado pela Cedae com uma camisa de seu time de coração, o Flamengo.

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