Socioambiental

Sistema Acari

O SISTEMA

O sistema Acari leva águas de cinco unidades da Serra do Tinguá (São Pedro, Rio d’Ouro, Tinguá, Xerém e Mantiquira), em Nova Iguaçu e Duque de Caxias, até o reservatório do Pedregulho, no bairro carioca de Benfica. Após o tratamento, que inclui decantação e aplicação de cloro, a água segue por cinco adutoras - Mantiquira, Rio d’Ouro, São Pedro, Tinguá e Xerém – por quase 60 quilômetros, equivalentes a mais de quatro vezes a extensão da Ponte Rio-Niterói.

Acari opera com os sistemas Guandu e Lajes: de Belford Roxo até o reservatório do Pedregulho, as cinco linhas se integram às adutoras de água tratada do Sistema Guandu, formando um único sistema interligado. O sistema conta com três elevatórias (Caxias, São João de Meriti e São Mateus) e três boosters (Posse, Coelho da Rocha e Éden). No trajeto, as adutoras abastecem os reservatórios do França, em Santa Teresa (11,6 milhões de litros), Engenho de Dentro (20 milhões) e Caixa Nova da Tijuca (17 milhões). O sistema contribui para o abastecimento dos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti com uma vazão média de 3 metros cúbicos por segundo (3 mil litros por segundo).

ADUTORA MUNICÍPIOS ATENDIDOS NASCENTE (UT) DIÂMETRO (MM) INAUGURAÇÃO
1ª Linha – Adutora São Pedro Belford Roxo, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti UT São Pedro 800 1877
2ª Linha – Adutora Rio d’Ouro Belford Roxo, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti UT Rio d’Ouro 800 1880
3ª Linha – Adutora Tinguá Belford Roxo, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti UT Tinguá 800 1893
4ª Linha – Adutora Xerém Belford Roxo, Duque de Caxias, Rio de Janeiro e São João de Meriti UT Xerém 800 1908
5ª Linha – Mantiquira Belford Roxo, Duque de Caxias, Rio de Janeiro e São João de Meriti Mantiquira 900 1909

A HISTÓRIA

As adutoras do sistema Acari foram construídas entre 1877 e 1909, após estudos coordenados pelo engenheiro Antônio Rebouças. Foi o primeiro sistema a captar água fora dos limites da capital. Até então, o abastecimento dos cariocas era feito por 6 sistemas de pequeno porte – Campo Grande, Gávea, Guaratiba, Jacarepaguá, Santa Teresa e Tijuca – sujeitos à falta de água na estiagem.

Na Revista de Engenharia, em 1870, Rebouças defendeu captar água limpa, necessitando apenas de desinfecção, em mananciais de serra distantes e apontou como mais promissor o manancial Rio d’Ouro, que poderia fornecer 150 litros per capita diários a “uma população de 300 mil almas”.

Os trabalhos começaram em 1877, e a adutora de São Pedro ficou pronta no mesmo ano. Em 1880 foi inaugurada a segunda, Rio d’Ouro. A terceira, Tinguá, foi concluída em 1893. As duas últimas linhas foram entregues no início do século XX: Xerém (1908) e Mantiquira (1909) foram executadas sob a direção do engenheiro José Matoso de Sampaio Correia.

As cinco adutoras ampliaram em até 2,8 m³/s de água para o abastecimento da cidade, o equivalente a 240 milhões de litros de água por dia, nos períodos de chuva. O volume podia ser reduzido para 1,7 m³/s ou 150 milhões de litros por dia nos períodos de estiagem.

A vazão era feita apenas por gravidade até o ano de 1933, quando foi inaugurada a elevatória de Acari para bombear a água. Até a década de 1940, o sistema garantiu 80% do abastecimento da capital.

 

 
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